STF retoma julgamento sobre proibição de revista Ă­ntima em presĂ­dios

Por Redação em 06/02/2025 às 09:13:24
Foto: Agência Brasil - EBC

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (6) o julgamento sobre a legalidade de revista Ă­ntima nos presĂ­dios para evitar a entrada de drogas, armas e celulares. O julgamento começou em 2016 e jĂĄ foi suspenso por diversos pedidos de vista.

A Corte julga um recurso do Ministério PĂșblico para reverter a absolvição de uma mulher flagrada tentando entrar em um presĂ­dio de Porto Alegre com 96 gramas de maconha, que estavam enrolados em um preservativo e acondicionados na vagina.

Na primeira instância, ela foi condenada, mas a Defensoria PĂșblica recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que a absolveu, por entender que o procedimento de revista Ă­ntima foi ilegal.

Até o momento, a Corte registra placar de 6 votos a 4 para proibir as revistas vexatórias. No entanto, o julgamento, que começou na modalidade virtual, serĂĄ iniciado novamente no plenĂĄrio presencial da Corte após o ministro Alexandre de Moraes ter feito um pedido de destaque, em outubro do ano passado.

Em 2020, o relator do caso, ministro Edson Fachin, votou pela ilegalidade da busca Ă­ntima. Fachin entendeu que os funcionĂĄrios das penitenciĂĄrias não podem fazer busca abusiva no corpo de amigos e parentes que vão visitar os presos por tratar-se de violação da intimidade.

O ministro sugeriu a adoção de procedimentos menos invasivos, como uso de scanners corporais, raquetes de raio-x ou revista corporal superficial, evitando que os visitantes sejam obrigados a tirar a roupa ou terem suas partes Ă­ntimas inspecionadas.

O entendimento foi seguido pelos ministros LuĂ­s Roberto Barroso, Gilmar Mendes, CĂĄrmen LĂșcia e Rosa Weber (atualmente aposentada).

Em seguida, Alexandre de Moraes abriu divergĂȘncia e votou a favor da revista.

Moraes concordou que hĂĄ um grande nĂșmero de casos de revistas Ă­ntimas vexatórias. No entanto, o ministro entendeu que a revista Ă­ntima não pode ser sempre definida como degradante, de forma automĂĄtica e sem anĂĄlise caso a caso, sob pena de colocar em risco a segurança dos presĂ­dios.

O voto foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça.

Após Cristiano Zanin também acompanhar o entendimento de Fachin, Moraes pediu destaque e interrompeu o julgamento.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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