Barroso nega prazo maior para municĂ­pios aderirem ao acordo de Mariana

Por Redação em 06/03/2025 às 16:31:32
Foto: Agência Brasil - EBC

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro LuĂ­s Roberto Barroso, negou pedido de prorrogação do prazo para municĂ­pios aderirem acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. Com a decisão, o prazo serĂĄ encerrado nesta quinta-feira (6).

Em decisão proferida nessa quarta-feira (5), Barroso disse que o pedido da Associação Mineira de MunicĂ­pios para ampliar o prazo por 180 dias jĂĄ foi rejeitado pelo plenĂĄrio da Corte. Além disso, o ministro afirmou que a alteração precisaria de consenso entre as partes envolvidas no acordo.

"Vale relembrar que o acordo de repactuação homologado por esta Corte preserva o direito de ação dos entes federativos municipais. Segundo registrei na decisão de homologação, o ajuste apenas produzirĂĄ efeitos sobre ações judiciais ajuizadas se os titulares dos direitos aderirem voluntariamente às suas clĂĄusulas", justificou Barroso.

Em novembro do ano passado, o Supremo homologou um acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão. O acordo prevĂȘ o montante de R$ 170 bilhões para ações de reparação e compensação pelo desastre ambiental.

De acordo com a Associação Mineira de MunicĂ­pios, a extensão do prazo de adesão é necessĂĄria para que prefeitos que estão em inĂ­cio de mandato possam tomar conhecimento do acordo.

Para a associação, o acordo transfere a responsabilidade pela recuperação aos municĂ­pios. "Nossa preocupação é que, ao aderirem sem pleno entendimento, as prefeituras acabem assumindo encargos que deveriam ser das empresas responsĂĄveis pelo desastre", diz a entidade.


Indenização

Ontem, foi retomado pela Justiça do Reino Unido o julgamento sobre a responsabilização da mineradora angloaustraliana BHP em relação ao rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG). A Samarco é uma joint venture da brasileira Vale com a subsidiĂĄria da BHP no Brasil.

A ação foi impetrada pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG), que representa 620 mil pessoas, 1.500 empresas e 37 municĂ­pios atingidos pela tragédia.

O escritório estima que os valores a serem pagos às vĂ­timas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.

HonorĂĄrios

Nessa quarta-feira, o ministro FlĂĄvio Dino reiterou que os recursos que serão recebidos pelo acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão pertencem aos municĂ­pios afetados.

A decisão de Dino reitera que os recursos da indenização só podem custear taxas, encargos, descontos e, principalmente, honorĂĄrios advocatĂ­cios, com autorização do Supremo.

Em outubro do ano passado, FlĂĄvio Dino proibiu que mais de 40 municĂ­pios paguem por honorĂĄrios advocatĂ­cios pelas ações que tramitam fora do paĂ­s.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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