Quatro partidos polĂticos de oposição ao governo federal ajuizaram a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 852), com pedido de medida liminar para suspender ato do Exército Brasileiro que decretou sigilo de 100 anos sobre o procedimento administrativo disciplinar instaurado contra o general Eduardo Pazuello. A ação foi distribuĂda à ministra CĂĄrmen LĂșcia.
Ato
General da ativa, ex-ministro da SaĂșde e atual SecretĂĄrio de Assuntos Estratégicos da PresidĂȘncia da RepĂșblica, Pazuello respondeu a procedimento disciplinar por ter participado de ato ao lado do presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no mĂȘs passado. O procedimento foi arquivado pelo Exército, que entendeu não caracterizada a prĂĄtica de transgressão disciplinar.
Afronta à democracia
Na ação, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido DemocrĂĄtico Trabalhista (PDT) afirmam que a participação de militar da ativa em manifestações polĂticas é vedada pelo Regulamento Disciplinar do Exército e pelo Estatuto das Forças Armadas. Segundo eles, o acesso ao procedimento é de interesse pĂșblico, por se tratar de "ato polĂtico praticado por militar da ativa", e o "sigilo significa uma grave afronta à democracia".
Acesso à informação
Os partidos relatam que o acesso ao procedimento disciplinar foi negado ao jornal O Globo com base na Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), sob a alegação de que haveria nos autos informações pessoais. Contudo, segundo argumentam, a não divulgação dos fundamentos que levaram ao arquivamento do feito fere preceitos fundamentais do direito à liberdade de expressão e à informação e a moralidade administrativa.
AR/AS//CF
Fonte: STF