Embora tenham elogiado os esforços do relator, os deputados Paulo Ganime (Novo-RJ) e Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) lamentaram a exclusão da portabilidade na conta de luz. A exemplo do que ocorre com a telefonia celular, a ideia permitiria ao consumidor escolher de qual empresa adquirir os serviços.
"O texto retirou a portabilidade, só ficou a expansão do mercado livre. Se hoje a pessoa é do mercado da Cemig [Minas Gerais], mas quer comprar da Light [do Rio de Janeiro], poderia pedir a portabilidade. Ficamos cinco anos discutindo a portabilidade, mas, no final do segundo tempo, ela saiu fora", comentou Andrada.
Najara Araujo/Câmara dos Deputados Lafayette de Andrade: portabilidade foi retirada após cinco anos de discussão
O atual substitutivo prevê que, a partir de 72 meses (6 anos) depois da sanção da futura lei, qualquer usuário poderá adquirir a energia elétrica no mercado livre. Atualmente restrito a grandes consumidores, como indústrias e shopping centers, no mercado livre as tarifas de energia elétrica acabam pactuadas entre consumidores e produtores com ajuda dos agentes de comercialização.
Durante o debate, Lafayette de Andrada avaliou ainda que o texto incentivará a migração dos usuários para o mercado livre, e isso poderá afetar as contas de distribuidoras e concessionárias. "Isso causará um rombo", afirmou o parlamentar, alertando para o eventual repasse de prejuízos a quem ficou no atual sistema.
Na visão do relator, o substitutivo não incentivará o mercado livre. "Quem quiser poderá continuar da forma como é hoje. Existem dificuldades de interpretação, porém todos os argumentos serão considerados", declarou Edio Lopes.
Tramitação
A versão original do Projeto de Lei 1917/15 cria a portabilidade da conta de luz, permitindo que os consumidores escolham entre diferentes fornecedores no mercado de energia elétrica. O texto tramita em caráter conclusivo, atualmente com dois apensados.
A versão aprovada pela comissão especial deverá seguir diretamente para o Senado, a menos que haja recurso para análise no Plenário.
Fonte: Câmara dos Deputados