STF forma maioria para ampliar alcance de foro privilegiado

Por Redação em 12/04/2024 às 13:04:57
Foto: CNN Brasil

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta sexta-feira (12), maioria de votos para ampliar o alcance do foro privilegiado. O presidente da Corte, ministro LuĂ­s Roberto Barroso, votou pela manutenção da prerrogativa de foro em casos de crimes cometidos no cargo e em razão dele, mesmo após a saĂ­da da função. O julgamento, entretanto, voltou a ser suspenso por um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Em seu voto, Barroso concordou com o argumento do relator, ministro Gilmar Mendes, de que o envio do caso para outra instância quando o mandato se encerra gera prejuĂ­zo. "Esse sobe e desce processual produzia evidente prejuĂ­zo para o encerramento das investigações, afetando a eficĂĄcia e a credibilidade do sistema penal. Alimentava, ademais, a tentação permanente de manipulação da jurisdição pelos réus".

Além de Barroso e de Gilmar Mendes, jĂĄ haviam votado pela ampliação do alcance do foro privilegiado os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e FlĂĄvio Dino. Barroso chegou a pedir vista para analisar melhor os autos e, por esse motivo, o julgamento, em formato virtual, foi retomado nesta sexta-feira.

Mesmo com o novo pedido de vista, de André Mendonça, os demais ministros da Corte tĂȘm até as 23h59 do dia 19 de abril para votar, caso queiram.

Entenda

A ampliação do alcance do foro especial foi proposta por Gilmar Mendes em resposta a um habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). O parlamentar é suspeito de ter exigido, a servidores de seu gabinete, o depósito de 5% de seus salĂĄrios em contas do partido, prĂĄtica conhecida como rachadinha.

"Considerando que a própria denĂșncia indica que as condutas imputadas ao paciente foram praticadas durante o exercĂ­cio do mandato e em razão das suas funções, concedo ordem de habeas corpus para reconhecer a competĂȘncia desta Corte para processar e julgar a ação penal", decidiu Gilmar Mendes em seu voto.

O crime começou a ser investigado em 2013, quando Marinho era deputado federal. Depois disso, ele foi eleito vice-governador do ParĂĄ e, em seguida, senador, cargo que ocupa atualmente. Ao longo desse perĂ­odo, o processo foi alternado de competĂȘncia, conforme o cargo que Marinho ocupava.

O parlamentar defende que o caso permaneça no Supremo, uma vez que recuperou o foro privilegiado ao ter se elegido para o Congresso Nacional novamente.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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